Mamãe, papai, tô na gringa!


Quem nunca sonhou ou teve vontade de fazer uma viagem ou ter uma experiência no exterior? Conhecer novas culturas, pessoas, costumes, comidas, bebidas e etc. Eu conversei com 5 meninas que tiveram essa experiência maravilhosa e elas relataram um pouco de como foi, as dificuldades, a convivência com as pessoas, o aprendizado que elas tiveram lá e algumas dicas para vocês que querem fazer intercâmbio ou viagem para o exterior:


Isadora Fleixer (@isadorafleixer no instagram), 19 anos, já foi para Argentina, México, Haiti, Jamaica, Inglaterra, Portugal, França e País de Gales. Ela falou sobre o recente intercâmbio que fez na Inglaterra que durou do dia 20 de junho ao final de julho de 2017. 

"Sobre vivenciar a experiência de um intercâmbio: De muitas e poucas coisas que passei na vida, posso afirmar com muita certeza e principalmente felicidade, o quanto isso acrescentou de uma forma única, não só concretizando um sonho antigo, mas me tornando uma pessoa melhor, com novas aspirações, esperanças e visões a respeito do mundo.  Às vezes, talvez por conta do fácil acesso que temos todos os dias ao nosso redor, pensamos que já sabemos demais, e sabemos sobre tudo. Nunca fomos em certo lugar, mas falamos com tanta propriedade, que acreditamos na nossa própria suposição a respeito disso e daquilo.



Viajar para longe de casa, para muitos não é fácil, pode ser demorado, solitário e assustador ao se deparar com algo que você nunca teve que resolver por conta própria. Aliás, acho que foi o que mais aprendi nessa viagem! Porém, o mundo fora do nosso cotidiano é tão maior que nossas expectativas, que cada dia mais me surpreendo com o valor que uma simples viagem ou situação pode lhe causar. Um mês, três meses, seis meses, um ano ou mais, independente do tempo que você irá ter na sua viagem, um dia é o suficiente para perceber o quanto a sua humildade cresce e seus sonhos aumentam. Viver de forma independente, com um novo idioma, uma nova família, novos amigos de diferentes lugares do mundo, faz com que você perceba e aprenda de inusitadas maneiras. Você é colocado em um mundo onde até uma uma criança de 2 anos tem algo para lhe ensinar. Nada é igual, e no fundo, nada é diferente. Você muda, todos os dias! E acorda no dia seguinte achando que já entendeu o sistema, para ele mais uma vez lhe prova que você ainda não sabe nada. Um grande sábio uma vez disse, “um homem inteligente não é aquele que afirma que de tudo sabe, mas aquele que reconhece que não sabe de nada” Bem, eu não precisei de um sábio para perceber isso, a sua viagem te mostra isso de diversas formas, mas sabe qual a melhor parte? Ela te ensina! Tudo que você não sabe, ela te faz aprender, e tudo aquilo que você já sabe? Ela te faz reaprender! 





Quando me perguntam sobre as melhores coisas de um intercâmbio, eu acho que a sensação de liberdade não tem preço, resolver suas próprias coisas, até mesmo as broncas, no fim, fazem você perceber que você é capaz de muito. Conheci pessoas maravilhosas, convivi com uma família tradicionalmente inglesa, e apesar da minha “mãe” infestar a casa com inúmeros cheiros de incensos diferentes, e meus “irmãos” gêmeos viverem discutindo as 5h da manhã, todos me trataram da melhor forma possível e não poderia ser mais grata pela experiência de ficar em casa de família. Assim como escolher estudar em uma escola todos os dias da viagem. Agora, na real, se você quiser aproveitar e otimizar bastante seu tempo, ficar sozinho em apartamento pode sim ser mais vantagem, mas depende do seu objetivo, eu quis realmente tentar vivenciar o cotidiano deles como se eu também fosse de lá, e isso mais uma vez não tem preço. 






Conclusão final? Não tenho palavras para agradecer pela pessoa que essa viagem fez eu me tornar, pelos amigos e colegas que por mais rápido que tenham passado, marcaram de alguma forma meu coração. 
Não só aprovo como recomendo a todos os que tiverem interesse de viajar, de não pensarem duas vezes e se programarem para se descobrir e redescobrir diversas vezes no seu tempo fora. Tire esse tempo exclusivamente para você, realize seus sonhos, passe por apertos, chore de saudade, erre e erre de novo... Mas volte com a certeza que você fez o que tinha que ser feito, e tenha uma história para contar que vai lhe a companhar pelo resto de sua vida! Um beijo ❤"











Ana Luisa Ponce (@analuponce no instagram), 19 anos, já foi para Paraguai, Colômbia, Canadá, Estados Unidos. Ela falou sobre o intercâmbio que fez em Vancouver, Canadá que durou 1 ano e meio.

"Eu fiz intercâmbio com 17 anos. Nunca havia saído do país, comecei a me programar 2 meses antes de ir, não falava nada de inglês, não fui com agência, e no final deu tudo certo mesmo assim. Posso afirmar que vivi a melhor fase de minha vida. Fui para Vancouver, Canadá.
2 meses antes da viagem, quando decidi que iria, comecei a estudar inglês, o básico mesmo. Aprendi o suficiente para conseguir comprar comida e saber perguntar onde ficava o banheiro! Apesar do pouco tempo, foram dias exaustivos de estudos, principalmente vídeo aulas, que fizeram toda a diferença para eu chegar mais confiante. O site que me ajudou muito, e que recomendo para quem queira aprender ou aprimorar o idioma, é o www.engvid.com.





Escolhi não ir com agência por ficar mais em conta, mas em compensação tive que lidar com toda a papelada de matricula e de visto sozinha. O dinheiro economizado me possibilitou estender minha estadia por mais tempo. No total foram 1 ano e meio. Na hora de morar fora, é importante manter em mente que fechar pacotes com agências de viagem, embora seja mais cômodo, não é a única opção. Para quem está indo estudar inglês, as próprias escolas de idioma já disponibilizam hospedagem.  Não entrarei em detalhes em relação à cartão de credito, tipos de visto, chip de telefone, ou transporte na cidade em que eu fiquei, mas sintam-se a vontade para me perguntar mais a respeito. 




Uma coisa que essa experiência me ajudou muito, foi a ser mais amigável e deixar a timidez de lado. Afinal, não havia outra escolha. Era a minha chance de poder começar do zero, em um lugar em que não conhecia ninguém. Ao invés da ideia me assustar, vi nela uma oportunidade para me reinventar. E é impossível não fazer amigos, todos são muito amigáveis e estão lá pelo mesmo motivo que você. Em Vancouver existem muitos estrangeiros, o que faz com que as pessoas sejam pacientes e abertas para aprender mais sobre as culturas diversas, incluindo a nossa!




Durante toda a minha estadia, eu fugi de brasileiros! Não foi fácil, estamos em todo lugar. Mas isso foi fundamental para eu conseguir ficar imersa na língua e em toda a experiência que um intercâmbio pode proporcionar. Me forcei a falar em inglês o tempo todo. Passei muita vergonha algumas vezes, houve episódios em que eu não fazia noção do que estavam falando comigo, mas isso é só no começo. No terceiro mês já entendia a maioria das coisas, e depois de 6 meses já conseguia pensar em inglês. 






A saudade de casa era constante, mas sabia que tudo o que eu estava vivendo era passageiro, e que nunca mais se repetiria, então consegui aproveitar a experiência ao máximo.
Aprendi a me interessar pelos costumes dos outros, a valorizar as diferenças, e a ficar sozinha e aproveitar minha própria companhia. Tive de aprender também a rir de mim mesma quando errava a pronuncia de alguma palavra, ou pegava o caminho errado de volta pra casa.
Foi uma experiência de autoconhecimento, uma troca cultural enorme, e sei que carregarei comigo sempre tudo o que vivi e aprendi nesse período longe."












Ana Luiza Fernandes (@analufds no instagram), 20 anos, já foi para Itália, Suíça, Estados Unidos (New York, San Francisco, Califórnia), Argentina. Ela falou sobre o intercâmbio que fez na Califórnia em julho de 2016.

"Meu nome é Ana Luiza Fernandes, tenho 20 anos, moro em Florianópolis (SC) e meu maior sonho sempre foi morar fora. Em julho de 2016 embarquei para o meu primeiro intercâmbio de estudo: San Francisco, na Califórnia. Vale lembrar que planejei com dois anos de antecedência para poder guardar dinheiro tanto para levar para gastar lá quanto para pagar todo o curso de inglês, hospedagem e passagem. Essa é a minha primeira dica! Planeje com antecedência e guarde dinheiro. Sabe aquelas saidinhas com os amigos nos finais de semana? Talvez você tenha que abrir mão de alguma delas. Estudei inglês por um mês na EC English School, no Centro de San Francisco. Ficava perto da Union Square, Chinatown, Powell Street e outros pontos turísticos importantes da cidade. O pessoal da escola era super preparado e acolhedor, como uma família REAL. Parece óbvio, mas muita gente me questiona a respeito das aulas, se eram em inglês, se precisava saber o básico da língua para fazer intercâmbio.. Eu te digo: Sim, as aulas eram em inglês, sem tradução para qualquer outra língua. Na minha sala tinham franceses, coreanos, chineses e russos.. Já imaginou traduzir para cada uma dessas línguas? Sem chance! Por isso, aconselho estudar um pouco do inglês ANTES do intercâmbio para ter uma noção das coisas e não ficar totalmente perdido. Você não precisa ser um expert, ok? Afinal, você está lá justamente para aprender. Na chegada, todos passam por um teste de nivelamento para que cada um fique na melhor turma de acordo com o nível do inglês.







A escola promovia vários passeios guiados por alunos que estavam a mais tempo fazendo o curso e sabiam melhor o inglês, isso era muito legal porque logo no começo fiz vários amigos de maneira muito fácil. Ahhh! Sabe o melhor? A maioria dos passeios eram gratuitos! 

Eu tinha duas opções quanto à moradia: morar na residência estudantil com outros alunos da EC ou viver uma experiência americana real e ficar em casa de família. Eu escolhi pela segunda opção. Minha hostmom se chama Lelen e era filipina. Um amor! Eu não poderia ter uma mãe “americana” melhor! O meu quarto era individual e a estadia incluía café da manhã todos os dias e jantar de segunda à sexta. Minha casa ficava a 30 minutos da escola, mas o trajeto era bem tranquilo, eu ia de metrô (que lá eles chamam de ‘bart’).






Foi um tempo de muito aprendizado e posso dizer que voltei outra pessoa. Amadureci em 30 dias mais do que amadureceria em 1 ano. É uma experiência incrível que eu vou repetir assim que possível! Para finalizar, vou deixar algumas dicas para vocês:

Escolha a agência que te passe segurança
Essa é a dica mais valiosa que posso dar para vocês. Escolher uma agência de viagem que te deixe seguro e que te dê toda a assistência e suporte é essencial. Não escolha SÓ pelo preço, embora seja uma coisa importante a se ponderar, às vezes o barato sai caro.

Não ande com brasileiros
Não tenha vergonha! Faça amigos, treine o inglês, se joga sem medo.  A dica clássica de não se “juntar” com brasileiros é real. Vai ser tão mais cômodo andar com pessoas que falam a sua língua, né?! Você vai praticamente falar em português o tempo todo. Aproxime-se de pessoas de outra nacionalidade principalmente para praticar o inglês, que será a língua em comum entre vocês.

Um mês não é pouco tempo
O intercâmbio me transformou! As pessoas (do Brasil, principalmente) veem um mês como um tempo curto, mas é o suficiente para fazer você mudar, se você se permitir. Desfrute ao máximo do tempo que você ficar. Conheci pessoas que ficaram duas semanas, então é possível, ok?

Estude o lugar escolhido
Antes de ir, leia sobre o lugar que você escolheu.
Qual é o clima? O que é essencial levar na época que você vai? San Francisco, por exemplo, embora fosse verão na época que fui, era MUITO frio. Enquanto no resto da California fazia 30 graus, em SF fazia 10, 12. Então, é importante pesquisar antes. Além disso, é legal saber os costumes da região, os pontos turísticos, como funciona o transporte público, onde fica a sua escola/casa, perto de que.. Enfim! Pesquise! Informação nunca é demais."




 




Catarina Lamberg (@catarinalamberg no instagram), 18 anos, já foi para Europa, Peru, EUA, Canadá . Ela falou sobre o intercâmbio que fez em Stratford - Ontário, Canadá que durou 6 meses.
"No Canadá, as coisas são bem diferentes dos EUA, eles são extremamente educados e a relação em família é muito preservada, como jantar em família e um momento depois disso. O final de semana é sempre muito cobrado estar em família, por isso que para quem não tem esse hábito sente dificuldade, porque o brasileiro é acostumado a só ficar trancado no quarto. O começo pode ser um pouco difícil, devido a isso e estar em um outro país, sem conhecer nada e nem ninguém, algumas pessoas conseguem se habituar a isso mas outras não, como eu.. Eu fazia coisas em família mas preferia estar com as minhas amigas, porque achava chato aquilo, preferia sair para conhecer a cidade, o que é muito legal, pois qualquer lugar que você vai conhecer lá, é interessante. A escola, é bem "de boa", é um ambiente muito legal, os professores também, eles não são tão receptivos, mas tem um ou outro que sabe que você é de fora e fazem companhia e apresentam tudo para você ou colocam alguém para fazer isso. É um país maravilhoso, só não conselho ir muito jovem, porque é bem complicado. Eu pensei demais, apesar de ser maravilhoso, tem certas coisas que você não está preparado para viver aos 16 anos, mas vai de cada um, tem pessoas que conseguem. Sempre vai ser bom conhecer outro lugar, outra cultura, outra língua, é muito marcante e aconselhável para quem já tem maturidade. Aconselho muito o Canadá como escolha de país para intercâmbio, só de você tocar na pessoa lá, ela já te pede desculpa e você volta pedindo desculpa o tempo todo também, ou seja, a educação é extremamente visível. É uma experiência que você vai levar para vida toda!"









Gabriela Duarte (@gabidrt no instagram), 18 anos, atualmente morando em Dublin, na Irlanda, contou um pouco da experiência que está vivendo lá. 

"No dia em que eu completava 5 meses de intercâmbio eu recebi um convite pra falar um pouco sobre a experiência e tantas reflexões vieram em minha mente. Intercâmbio é emergir não somente em uma língua totalmente diferente mas também uma cultura. E isso é mágico, poder enxergar a vida sobre a perspectiva de outro povo. No meu caso, outros povos. Estar na Irlanda não é somente conviver com Irlandeses mas pessoas do mundo todo. Eu moro com coreana, japonesa e mexicanas, por exemplo. Trabalho com italiana, espanhola, croatas, paquistanês, Irlandeses, franceses e alguns hermanos da América do Sul. Posso dizer que aprendi diferente coisas com cada um deles, não somente sobre seus povos e seus países mas com eles, conheci à mim mesma. Intercâmbio é auto conhecimento também. Quando entrei no avião em Junho desse ano, coisas que eu julgava serem importantes simplesmente deixaram de ser e em tão pouco tempo, muito mudou. Descobri gostar de outras coisas, aprendi a aceitar os meus defeitos e falhas e entender que fazem parte do meu processo, aprendi a valorizar pequenos momentos e detalhes e até as dificuldades. Me vi, sozinha, com 18 anos enfrentando pequenas lutas todos os dias como: abrir uma conta no banco, conseguir o primeiro emprego, ir na imigração retirar o visto, aperfeiçoar a língua inglesa, enfrentar o frio com temperaturas negativas quando sempre estive em um lugar com 40°C, arranjar uma casa pra morar e por aí vai. Me vi, não mais sozinha, sendo bem sucedida em todas essas batalhas. E pro sucesso do intercâmbio, ter a mente aberta é fundamental. Você está saindo da sua zona de conforto então é preciso entregar 100% de você e começar a ser flexível se as coisas não saírem conforme o esperado. É observar, aprender e evoluir. Intercâmbio pra mim é mais do que o sonho de morar em outro país e se sentir em um filme, como sempre digo, é sobre deixar o seu mundo do avesso e gostar dele assim. "Porque o avesso talvez seja o seu lado certo!"

E com isso eu encerro a matéria, primeiramente agradecendo as meninas que se disponibilizaram a relatar um pouco sobre suas viagens com muito carinho. E aos meus queridos leitores, como disse Mario Quintana, "viajar é trocar a roupa da alma". Mil beijos!

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